domingo, 14 de fevereiro de 2010

Morte de Inês

     D. Afonso IV ia concluindo que era impossível apagar Inês da vida de Pedro. Aquela situação exigia medidas drásticas. Então, reuniu o seu Conselho em Montemor-o-Velho para analisar a atitude a tomar. A reunião constituiu num julgamento em que a culpada não esteve presente. No fim, decidiu-se pela execussão de Inês de Castro. Estavam presentes Pedro Coelho, Diogo Lopes Pacheco e Álvaro Gonçalves.

     Na manhã de 7 de Janeiro de 1365 os três homens, aproveitando a ausência do príncipe para as suas habituais caçadas, irromperam pelo Paço. Apresentaram-se como enviados de D. Afonso IV. Entre ditos e ameaças, pediram a D. Inês de Castro que regressasse a Castela com os seus, que levasse os filhos e que nem se despedisse de Pedro, pois ela constituía uma enorme ameaça para o Reino e, os filhos uma ainda maior. 

      Nessa altura, João, filho de Inês, saiu a correr em defesa da mãe. Então, um dos homens esbofetou-o, deixando-o a sangrar. A mãe fez frente aos intrusos. Pedro Coelho agarrou-a pelos pulsos e, insultando-a, atirou-a ao chão e desembainhou a espada.

Esta, respondeu:
«Podeis expulsar-me do País, podeis despojar-me das riquezas, podeis até matar-me. Mas nunca, ouvi-me bem, nunca podereis arrancar-me do coração do meu esposo! Ele ama-me com um amor que está muito para além do bem e do mal, da vida e da morte. Ficarei sempre, sempre, com ele. Viva ou como uma recordação. Não vou rogar por mim. Não espero a vossa misericórdia. Mas vou fazê-lo, isso sim, pelos meus filhos. Cumpri a vossa missão, mas salvai essas crianças. Não vos esqueçais que o sangue que lhes corre nas veias é também o de D. Afonso, vosso Rei.»


     Empunhando a espada, o homem acercou-se de D. Inês e descarregou a espada. Em segundos, o seu vestido ficou vermelho e no seu pescoço desenhou-se uma ferida por onde a vida se lhe escapou.

Sem comentários:

Enviar um comentário