domingo, 14 de fevereiro de 2010

Casamento de D. Pedro e D. Inês

     Estava o rei a meditar enquanto anunciaram a visita de Pedro Coelho, Diogo Lopes Pacheco e de Álvaro Gonçalves. A conversa foi breve: o problema que ali tinha levado os três homens era o mesmo que vinha a atormentar D. Afonso IV há tempos. Os cavaleiros diziam falar em nome do País, e temiam que D. Pedro, dados os acontecimentos, estivesse com ideias de se casar com a castelhana e encarar os seus filhos, até então bastardos, como possíveis sucessores. Isto fez o Rei ficar ainda mais preocupado. E depois veio outro argumento de força: segundo Pedro Coelho, os irmãos Castro visitavam Inês com muita frequência, e conhecendo a sua ambição, era de esperar que se aproveitassem da situação para se relacionarem com o poder. 

     Enquanto a conversa de Pedro Coelho, Diogo Lopes Pacheco e de Álvaro Gonçalves decorria, em Coimbra uma outra se passava: Pedro tinha partido no dia anterior para a Guarda, a pretexto de ir visitar um amigo. Então, D. Fernando e D. Álvaro de Castro aproveitaram essa ausência do príncipe para visitar Inês.

     O objectivo dos dois homens era simples: assim como temia D. Afonso IV, estavam desejosos de poder, e tentaram convencer a irmã de que esta deveria sair do recolhimento em que se encontrava e assumir o título de princesa herdeira de Portugal. Argumentavam que Inês poderia trazer honra à família se o fizesse, já que a sua irmã mais nova, Juana, havia sido repudiada pelo rei de Castela.

No entanto, Inês de Castro não cedeu.

     Aquando estas conversas, D. Pedro galopava em direcção à Guarda. Pretendia visitar um velho amigo, o bispo da Guarda, um homem forte e de meia-idade, filho de uma nobre família lisboeta. Não houve muito que conversar; passadas umas horas, acompanhados pelo escudeiro de D. Pedro e por um assistente do bispo, regressavam a Coimbra.

     No dia que se seguiu à chegada, a pequena capela não se encontrava vazia: à porta do tempo encontravam-se Pedro, o seu escudeiro, o bispo e uma madre abadessa que tinha sido obrigada a prometer sigilo. Inês chegou na companhia de D. Maria, a sua ama, e dos seus irmãos que nem acreditavam na sua sorte. Minutos depois, Pedro e Inês, de mãos juntas, confirmaram o seu amor diante do altar.

      Agora, o príncipe já havia dado a Inês e aos filhos um bom estatuto e tinha garantido a continuidade da dinastia!

Fig. 1: Casamento de Pedro e Inês

Sem comentários:

Enviar um comentário